sexta-feira, 20 de maio de 2011

"(...) surpreenderás pensando algo."


“Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão está aí, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada 'impulso vital'. Pois esse impulso ás vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te surpreenderás pensando algo assim como 'estou contente outra vez'."

Caio F. Abreu

" (...) como você existe em mim."


“Eu te amei muito. Nunca disse, como você também não disse, mas acho que você soube. Pena que as grandes e as cucas confusas não saibam amar. Pena também que a gente se envergonhe de dizer, a gente não devia ter vergonha do que é bonito. Penso sempre que um dia a gente vai se encontrar de novo, e que então tudo vai ser mais claro, que não vai mais haver medo nem coisas falsas. Há uma porção de coisas minhas que você não sabe, e que precisaria saber para compreender todas as vezes que fugi de você e voltei e tornei a fugir. São coisas difíceis de serem contadas, mais difíceis talvez de serem compreendidas — se um dia a gente se encontrar de novo, em amor, eu direi delas, caso contrário não será preciso. Essas coisas não pedem resposta nem ressonância alguma em você: eu só queria que você soubesse do muito amor e ternura que eu tinha — e tenho — pra você. Acho que é bom a gente saber que existe desse jeito em alguém, como você existe em mim.”

Caio F. Abreu

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Ainda não sei como aconteceu, não me recordo de que ponto partiu. Mas mesmo assim estava lá. Do jeito que eu queria, como imaginei, como esperei. Voltando a ser como era, fazendo sentir o que se era esperado, se achegando, ficando perto. Foram segundos, talvez milésimos mas aquela imagem permaneceu,  mesmo depois de os olhos se abrirem e confirmar que era mesmo só um sonho.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Clarice Lispector.



"Não. Não quero mais gostar de ninguém porque dói."

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Retirado do livro "Pequenas Epifanias"


Tenho trabalhado tanto, mas sempre penso em você. Mais de tardezinha que de manhã, mais naqueles dias que parecem poeira assenta e com mais força quando a noite avança. Não são pensamentos escuros, embora noturnos… Sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você. Eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que amar era só conseguir ver, e desamar era não mais conseguir ver, entende?
Eu quis tanto ser a tua paz, quis tanto que você fosse o meu encontro. Quis tanto dar, tanto receber. Quis precisar, sem exigências. E sem solicitações, aceitar o que me era dado. Sem ir além, compreende? Não queria pedir mais do que você tinha, assim como eu não daria mais do que dispunha, por limitação humana. Mas o que tinha, era seu.

Mas se você tivesse ficado, teria sido diferente? 

Melhor interromper o processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais — por que ir em frente?
Não há sentido: melhor escapar deixando uma lembrança qualquer, lenço esquecido numa gaveta, camisa jogada na cadeira, uma fotografia — qualquer coisa que depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê. Melhor do que não sobrar nada, e que esse nada seja áspero como um tempo perdido.
Tinha terminado, então. Porque a gente, alguma coisa dentro da gente, sempre sabe exatamente quando termina.

Mas de tudo isso, me ficaram coisas tão boas. Uma lembrança boa de você, uma vontade de cuidar melhor de mim, de ser melhor para mim e para os outros. De não morrer, de não sufocar, de continuar sentindo encantamento por alguma outra pessoa que o futuro trará, porque sempre traz, e então não repetir nenhum comportamento. Ser novo.
Mesmo que a gente se perca, não importa. Que tenha se transformado em passado antes de virar futuro. Mas que seja bom o que vier, para você, para mim. Te escrevo, enfim, me ocorre agora, porque nem você nem eu somos descartáveis.

...E eu acho que é por isso que te escrevo, para cuidar de ti, para cuidar de mim – para não querer, violentamente .não querer de maneira alguma ficar na sua memória, seu coração, sua cabeça, como uma sombra escura.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Compensa! ;)


Às vezes fico até impressionada com a forma que as coisas acontecem e como o tempo passa. Vi muitas pessoas tentando dizer o que era a tal da "vida". Li textos e frases de grandes filósofos que, em palavras, tentaram demonstrar o que a vida seria realmente. E no final das contas acho que tudo isso acaba sendo uma questão de visão, de estado, de vontade! Na verdade, pelo menos pra mim, a vida é o hoje e talvez o amanhã. São sonhos, planos, momentos, lembranças, os dias... Enfim, tudo aquilo que nos motiva, que nos faz dar o próximo passo. É certo que haverá dificuldades e muitas vezes vamos ter que abrir mão de coisas que amamos. Teremos que escolher entre o sólido ou o balanço, o pronto ou o novo, a certeza ou o duvidoso e muitas vezes vamos ter que optar pelo RECOMEÇAR. Afinal, quem disse que seria fácil? Mas mesmo com toda dificuldade passada e erros cometidos, é satisfatório e totalmente compensável quando é chegado o final e percebemos que apesar das pedras no caminho, tudo deu certo...

Por cima.



Precisava de um mar. Não um mar cheio de H2O. Mas um mar de alegrias e felicidade. Mar que só uma pessoa poderia preencher com o melhor de tudo. Tudo aquilo que qualquer um almeja, nem que seja por um segundo, na vida.
 Falo da sorte de um novo dia, de um novo raiar do Sol, do vento no rosto e a esperança de um novo recomeço. Pode até ser que demore algum tempo para tudo isso acontecer, mas vale esperar. Até pode ser que o Sol brilhe como nunca brilhou que a Lua surja e clareie o céu todo, que o ar seja o mais puro de todos, mais nada disso é importante quando falta o melhor de nós: o amor. O que depois, quando você percebe, acaba sendo a essência, o motivo pelo qual as coisas valem a pena ser feitas. E no final, acaba percebendo que o mar que precisava já estava pronto. Não abaixo de você, onde poderia afundar, mas sim acima. Onde está sempre sobre tudo te impede de ser feliz. 

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011


És presença. E, mesmo quando és ausência, és muito mais do que saudade. És vontade de ver de novo, de ver mais, de ver mais de perto, ver melhor. E tocar, de modo que, cada toque, eu tenha um pouco mais de ti em mim, para que não haja mais ausência. Te encontrar virou apenas uma questão de fechar os olhos. Tenho confundido 'eu' com 'nós'. Mas essa confusão só me acontece porque eu tenho certeza de tudo que eu sinto. E o que eu sinto é o tal do amor. Aquele surrado, mal-falado, desacreditado e raro amor, que eu achava que não existia mais. Pois existe. E arrebata, atropela, derruba, o violento surto de felicidade causado pelo simples vislumbre do teu rosto.

Mudou e vai mudar...



Acontece muito rápido. Quase tão rápido quanto o piscar dos seus olhos. E quando você percebe as coisas já tomaram uma proporção inimaginável. E então tudo a sua volta vai se transformando e, o que você achava ser lindo, toma outra forma. Uma forma melhor, mais nítida, mais forte e de uma beleza incomparável. Seus olhos começam a ver o que realmente deveriam. Vêem que todas as manhãs quando o Sol transmite seus raios, significa que é um novo dia e que, com a ajuda dessa luz as coisas mudam de cor. Mudam as cores para mostrar que, por trás de um tom escuro há sempre uma primeira camada mais clara. A camada que dá início ao que se tornará concreto mais pra frente, A BASE!

... uma imagem maior da realidade.



"Há ocasiões em que optamos por acreditar em algo que normalmente seria considerado absolutamente irracional. Isso não significa que seja mesmo irracional, mas certamente não é racional. Talvez exista a suprarracionalidade: a razão além das definições normais dos fatos ou da lógica baseada em dados. Algo que só faz sentido se você puder ver uma imagem maior da realidade. Talvez seja aí que a fé se encaixe."